Para entender melhor essa questão, precisamos voltar um pouquinho na história.
O final da Segunda Guerra Mundial foi o início de um marco no campo tecnológico, pois foi nesse período onde foram desenvolvidos muitos aparelhos com novas tecnologias que mudariam o mundo, como por exemplo: computador, forno micro-ondas, radares e tantos outros.
Entre essas tecnologias também surgiram muitas novidades na área da Saúde, como: ultrassom, tomógrafo e os analisadores. Essas descobertas mudaram a rotina de muitos médicos, mas também mostrou a necessidade de um profissional responsável por acompanhar e instruir o uso dessas novas ferramentas.
Na década de 60, foram registradas 1200 mortes por choque elétrico devido a falta de instrução desses equipamentos. Por isso, nos anos seguintes o engenheiro clínico foi assumindo o papel de gerenciar as tecnologias, já que os hospitais visavam cada vez mais um atendimento de qualidade para seus pacientes.
Atualmente, um estudo feito pelo Comitê Brasileiro de Certificação em Engenharia Clínica (CBCEC) mostram dados comprovando que 85% dos equipamentos biomédicos utilizados no Brasil funcionam fora das exigências mínimas dos fabricantes e que 96% dos dispositivos nunca passaram por qualquer tipo de manutenção.

Então, quais as funções de um engenheiro clínico nesse cenário?

• Manutenção: a manutenção dos equipamentos é ideal para garantir o funcionamento adequado das tecnologias, além de manter a segurança no ambiente de trabalho, tanto para o paciente quanto para quem manipula essas ferramentas. Para isso podem ser feitas dois tipos de manutenções:
  Preventiva – uma verificação utilizando cálculos estatísticos é feita para evitar que possíveis problemas possam aparecer.
  Corretiva – quando, após a verificação, é constado a necessidade de conserto do equipamento.
• Treinamento: o colaborador é responsável pela capacitação dos técnicos que irão operar as ferramentas.
• Planejamento: o engenheiro organiza o processo de aquisição de novos equipamentos, bem como, pesquisa de mercado para escolher o melhor fornecedor.
• Gerenciamento de descartes de resíduos:
  Saber como uma instituição de saúde elimina resíduos sólidos também é uma das funções do engenheiro clínico, para evitar qualquer tipo de contaminação do meio ambiente e dos profissionais responsáveis pelos equipamentos.

Além disso, é muito importante o engenheiro manter o contato com os profissionais que operam ou utilizam de alguma forma os maquinários, para que identifiquem e assegurem, juntos, a integridade dos pacientes.