Guia completo sobre Engenharia Clínica
A Engenharia Clínica trata-se da gestão de equipamentos, manutenção preventiva, calibragem e cuidado com aparelhos médicos, além da adequação do espaço físico às necessidades do hospital. Os profissionais do setor garantem a manutenção do parque instalado, levantando as necessidades, realizando o recebimento e a manutenção de equipamentos.
A Engenharia Clínica está voltada tanto para os aspectos biomédicos como institucionais, garantindo segurança, eficácia, economia, e agregando as necessidades das diversas áreas do hospital. Atua em junção com os variados setores, já que possui função relevante e estratégica no desempenho global de uma unidade hospitalar.
Esta definição é uma das mais claras sobre a Engenharia Clínica, e para aprofundarmos no assunto, criamos este guia completo para que você fique por dentro de tudo sobre a Engenharia Clínica, desde quando foi desenvolvida até a sua atuação e importância nos dias de hoje.
Neste guia você verá sobre?
1 -Conceito da Engenharia Clínica
2- O que faz o Engenheiro Clínico
3 – A Importância da Engenharia Clínica para instituições de saúde
4- Gerenciamento da Engenharia Clínica
5- Calibração de Equipamentos Médicos
6- Manutenção de Equipamentos Médicos
7 -Tecnologias para Engenharia Clínica
8- Acreditações e certificações
9- Avanços da Engenharia Clínica
10- Conclusões
Confira:
1 -Conceito da Engenharia Clínica
Existem variados conceitos para explicar a Engenharia Clínica.
Podemos dizer que ela influencia diferentes áreas, que ultrapassam as ciências exatas e impactam nossa vida, até mais do que imaginamos. Um exemplo é o modo como a Engenharia e as novas tecnologias afetam os mecanismos e tratamentos de saúde. E, relacionando a Engenharia e a área da saúde, há profissionais que cada vez mais é requisitado no mercado: o especializado em Engenharia Clínica.
A Engenharia Clínica no Brasil
No Brasil, em 1991, seis engenheiros brasileiros foram treinados na primeira oficina avançada de Engenharia Clínica em Washington, D.C). A partir de 1980, nos EUA e 1993 no Brasil, a Engenharia Clínica começou a crescer. No mesmo ano, a Faculdade de Tecnologia da Saúde (Healthcare Technology College) foi fundada no Brasil com um programa de 3 anos, visando formar profissionais chamados “Tecnólogos da Saúde”. Em 1992, o Ministério da Saúde publicou um Termo de Referência (BRASIL, 1991 apud BRITO, 2004) para os técnicos de treinamento em manutenção de equipamentos médicos. Esse documento descreve a importância fundamental do Técnico de Equipamentos Biomédicos para a manutenção adequada e propôs uma estratégia para qualificar profissionais da área da saúde (BRITO, 2004). Em 1993 e 1994, quatro universidades federais e estaduais começaram seus programas para formar engenheiros clínicos para a prática no Brasil. Durante os anos de 1990, Mestrados e Doutorados em Engenharia Biomédica foram consolidados, ao menos 4 livros foram publicados sobre Engenharia Clínica e várias reuniões com debates sobre o tema foram organizadas. Também na década de 90, as primeiras normas nacionais de segurança para equipamentos eletromédicos foram aprovadas: NBR-IEC 601-1 e NBR-IEC 6012, e estabeleceram a certificação compulsória. Que consiste em textos normativos, ensaios em laboratórios independentes credenciados pelo INMETRO e a avaliação do processo produtivo.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), criada pela Lei nº 9782 no dia 26 de Janeiro de 1999, é uma agência reguladora, ligada ao Ministério da Saúde e caracterizada pela independência administrativa. Desde a sua fundação, a ANVISA começou um programa intensivo para desenvolver agentes especializados em vigilância sanitária para trabalhar na área de dispositivos eletromédicos. Desde o ano de 2010, a ANVISA adotou a Resolução da Diretoria Colegiada nº 02, com o objetivo de estabelecer os critérios mínimos, a serem seguidos pelos estabelecimentos de saúde, para o gerenciamento de tecnologias em saúde utilizadas na prestação de serviços de saúde, de modo a garantir a sua rastreabilidade, qualidade, eficácia, efetividade e segurança e, no que couber, desempenho, desde a entrada no estabelecimento de saúde até seu destino final, incluindo o planejamento dos recursos físicos, materiais e humanos, bem como da capacitação dos profissionais envolvidos no processo destes (ANVISA, 2010, p. 1). Sendo assim, o papel dos engenheiros clínicos na saúde brasileira mudou consideravelmente ao longo das últimas duas décadas. Hoje, os engenheiros clínicos estão trabalhando com médicos, enfermeiros e administradores, o que evidencia mudanças significativas para o país. Essas mudanças são aceleradas pelo aumento da interação com o mundo em geral, porém ainda existe um longo trabalho a ser realizado no Brasil.
A Engenharia Clínica nos Estados Unidos
A Engenharia Clínica teve início no anos de 1960, nos Estados Unidos da América (EUA), quando engenheiros foram incentivados a entrar nos hospitais e clínicas para manutenção das novas tecnologias de cuidado à saúde, ao contrário de localidades como EUA e países europeus, em que na década e 60 já se buscavam tal atuação. O que motivou a procura por este profissional foi principalmente o fato de os custos de implantação da tecnologia e dos mecanismos serem altos.
Desenvolvimento Histórico da Engenharia Clínica
Nos Estados Unidos, no final dos anos de 1960, os engenheiros foram incentivados a entrar nos hospitais e clínicas devido à preocupação com a segurança do paciente e com o aumento, no decorrer deste processo, uma nova área foi criada, Engenharia Clínica, para fornecer o suporte tecnológico às novas necessidades relativas ao hospital. Durante os anos 1970, ocorreu uma expansão da Engenharia Clínica nos Estados Unidos da América. Em todo o país foram estabelecidos departamentos de Engenharia Clínica, sendo na sua maioria em grandes centros médicos, hospitais e em alguns centros clínicos menores. Neste contexto, foram contratados engenheiros clínicos em larga escala para auxiliar nas instalações de tecnologias existentes e implementar as mais recentes. Logo, tornou-se evidente que as falhas na segurança elétrica eram uma parcela do problema da existência de equipamentos em hospitais. Soma-se a isto, outros problemas que foram identificados pelos engenheiros clínicos, por meio de uma simples inspeção visual, fios desgastados, maçanetas quebradas e derramamento de líquidos. Esses profissionais verificaram que certos dispositivos não estavam operando conforme especificações dos fabricantes, pois não eram mantidas as manutenções adequadas e, em muitos casos, não eram operados de forma correta. Nessa perspectiva, a entrada de engenheiros clínicos mudou as condições do ambiente hospitalar. Em meados da década de 1970, inspeções completas de desempenho antes e após o uso de equipamentos, se tornaram normativas internas e procedimentos padrões. Os departamentos de Engenharia Clínica tornaram-se o centro de suporte para todas as tecnologias médicas. Ficaram responsáveis por todos os instrumentos biomédicos, sistemas usados nos hospitais e no treinamento dos médicos quanto ao uso seguro dos equipamentos. Com a disponibilidade interna de tal talento e experiência por parte dos engenheiros clínicos, o hospital estava em condição melhor para fazer uso mais eficaz dos seus recursos tecnológicos. Assim, a presença de engenheiros clínicos não só garantiu um ambiente mais seguro, mas facilitou a utilização da tecnologia médica mais recente, melhorando o atendimento ao paciente.
2 – O Engenheiro Clínico
O Papel do Engenheiro Clínico dentro do Hospital é de extrema importância devido se caracterizar como alta complexidade, exigindo um nível avançado de conhecimentos para lidar com os desafios.
Nesse contexto a Engenharia Clínica se torna uma grande aliada no processo para a conquista de uma excelente administração.
Veja quais são as funções desse profissional, e como funciona a gestão dentro dos ambientes hospitalares.
1 – Realização de Manutenções Corretivas e Preventivas
A Manutenção Preventiva, como o próprio nome já diz, é para prevenção de defeitos e problemas futuros nos equipamentos a fim de evitar que eles tenham que ficar parados e, com isso, que a produção seja interrompida. Para isso, ela leva em conta fatores estatísticos para determinar quando vai ser necessário intervir e quais medidas devem ser tomadas.
A Manutenção Corretiva é a manutenção feita após a falha ou quebra de algum equipamento. Como o próprio nome diz, ela é feita para corrigir um problema já existente.
As manutenções devem ser seguidas rigorosamente, com o desenvolvimento de uma política de manutenção para que o gestor tenha controle do que está sendo realizado. Os cronogramas auxiliam e garantem que todos os equipamentos passem por manutenção preventiva dentro de um prazo adequado, eliminando ou reduzindo drasticamente o número de falhas e imprevistos.
2 – Atuar no processo de capacitação de funcionários e na aquisição de equipamentos hospitalares.
O Engenheiro Clínico tem a responsabilidade de capacitar e treinar os funcionários técnicos para a utilização de ferramentas necessárias, além disso o Engenheiro Clínico também é responsável pelo recebimento de equipamentos e realizar a manutenção preventiva e corretiva dos mesmos.
3 – Executar e planejar questões financeiras como: A troca de equipamentos hospitalares
O gerenciamento de questões financeiras traz grandes vantagens para o Hospital, pois o Engenheiro Clínico tem o papel de coordenar operações internas, planejar, fazer orçamentos e gerenciar contratos.
4 – Implantar novas tecnologias
Cabe ao profissional de Engenharia Clínica contribuir para o total acesso às mais recentes tecnologias ao Hospital, atribuindo um planejamento para melhorar sua qualidade, atender a demanda de clientes e otimizar a produtividade de funcionários e médicos.
5 – Gerenciamento de infraestrutura
A gestão da também infraestrutura é tarefa do Engenheiro Clínico, pois cabe ao mesmo realizar procedimentos como gerenciar obras, realizar orçamentos, e comissionamento de obras.
Como vimos anteriormente, o Engenheiro clínico é um profissional fundamental para o bom funcionamento das instituições de saúde.
Contar com um profissional capacitado é uma atitude inteligente e que irá promover a grandes avanços, inclusive, da gestão hospitalar.
Afinal, a gestão do parque tecnológico do hospital exige conhecimentos específicos para um melhor aproveitamento dos recursos.
Dessa forma, todos saem ganhando: o hospital, os pacientes, e os profissionais de saúde
3 – A Engenharia Clínica nas Instituições de Saúde
A tecnologia é uma parte muito importante no setor da saúde. É importante que dispositivos, como monitores de frequência cardíaca, registros eletrônicos de saúde (EHRs), sistemas de segurança, etc., funcionem perfeitamente para garantir que o hospital esteja funcionando de maneira eficaz ao longo do dia.
Diversos departamentos de uma unidade hospitalar, desde a emergência até a terapia intensiva e a administração, estão sempre conectados por meio do uso de tecnologia.
O Serviço de engenharia clínica é inteiramente vital para a eficiência, produtividade e segurança de um hospital.
A Engenharia clínica é planejada para não só orientar, mas também efetivamente garantir que o equipamento médico esteja sempre em funcionamento e realizar a gestão da tecnologia de instalações.
A engenharia clínica contribui nas operações diárias de êxito de uma unidade de saúde, desde o gerenciamento de contratos até a vistoria de equipamentos. O setor também é responsável pela instalação de processos abrangentes de avaliação de tecnologia e pela administração de projetos baseados em tecnologia do começo ao fim.
É ideal que o serviço de engenharia clínica seja eficaz e oportuno, com a finalidade garantir que os serviços de saúde disponibilizem a mais alta qualidade de atendimento ao paciente.
Isso é comprovado pela implantação de procedimentos que abrangem uma avaliação completa dos dispositivos médicos no que se descreve à segurança do paciente, garantindo a compatibilidade e fornecendo soluções para problemas associados à tecnologia.
Atividades de engenharia clínica realizadas adequadamente compreendem também a manutenção de rotina e análise de estoque, preservação de registros precisos e atualizados e um departamento de engenharia clínica preparado e experiente.
4- Implementando a Gestão de projetos e a Engenharia Clínica!
A Engenharia Clínica tem o seu papel na crescente importância da tecnologia, responsável por prover facilities na medicina diagnóstica, que através dessa expansão, houve a necessidade em pensar em redução de custos, sem comprometer qualidade e a segurança dos envolvidos, tornando a gestão de projetos essencial para a Engenharia Clínica.
Para auxiliar você no plano de ação da engenharia clínica, trouxemos no post de hoje dicas práticas sobre como ela funciona. Acompanhe!
O que significa gestão de projetos?
A Gestão de projetos é a área administrativa onde são aplicados conhecimentos, habilidades e técnicas relacionadas a objetivos pré-definidos, como: Monitorar e conduzir a atualização tecnológica, ciclo de vida, qualidade e adequação de equipamentos. Além de ser responsável por:
- Precisão em atender padrões e normas legais;
- Alto volume de dados a ser acordado estrategicamente;
- Gestão da qualidade adaptação de processos;
- Treinamento e comprometimento de todos os colaboradores;
- Gestão da manutenção para conservação do parque tecnológico;
- Acompanhamento da estabilidade de todo o conjunto.
Como implantar um projeto na engenharia clínica?
É necessário estratégias que desempenham soluções par responder aos fatores que existem ao criar, aumentar ou modificar qualquer setor de Engenharia Clínica, que demanda estudo prévio aprofundado, pois os equipamentos precisam de altos investimentos e é necessário escolher profissionais qualificados da Engenharia Clínica.
Veja algumas fases detalhadas dessa estratégia:
1-Planejamento Estratégico
Organizar o que será feito é atividade inicial da gestão de projetos. Nessa fase são reconhecidos e especificado os equipamentos existentes, sua localização, documentação e registro. Também é necessário identificar dados como: Condição de conservação, utilização média, etc.
A partir desse momento, começam as avaliações:
Qual a adaptação específica para a área, em termos de aquisição, atualização e exploração do conjunto de equipamentos;
Quais são os fornecedores, qual seu custo e tempo de entrega, como é feito o suporte, atualização de softwares juntamente com o treinamento de funcionários;
Quantas pessoas são fundamentais para o novo setor;
Qual a procura de sistemas de informação para a operação e tratamento da geração de dados.
Entendendo todas essas variáveis, a gestão passa a programar as alterações e a organização completa da área, reconhecendo o escopo do projeto, planejamento de atividades, stakeholders envolvidos e outros custos pertinentes.
2- Prática
A execução da prática traz tudo que foi definido no planejamento. Essa é a fase que requer mais cautela, por ser a de maior dedicação empregada.
3- Controle
O Controle inicia no planejamento e permanece até o encerramento do projeto. É através dele que são determinadas as ações corretivas a serem assumidas para assegurar a correta implantação do setor, fazendo a comparação entre o status predeterminado, o atual colocado em prática e o esperado, direcionando e redirecionando ações.
4- Monitoria
A monitoria é o lado especialista do controle, que conduz tanto o trabalho no começo das áreas do projeto como as possíveis mudanças. Ele compara o propósito do serviço com a prática, verificando detalhes como: Cronograma, custos, qualidade, desempenho e riscos.
5- A importância da atuação do engenheiro clínico em todas as etapas.
Apesar de que o gestor de projeto seja o responsável pela implantação ou modernização de uma área de engenharia clínica, dadas os termos técnicos, legais e financeiros envolvidos, o engenheiro é parte fundamental desse trajeto.
Ele é encarregado por identificar o desempenho das atividades e a potencialização dos recursos envolvidos. Sem o engenheiro clínico, o lançamento de atividades, rotinas e a verificação de riscos ficam absolutamente prejudicadas e o investimento, comprometido.
A Gestão como fator de melhoria da qualidade
Quanto maior a relevância de uma ação, maior será a necessidade de analisar à gestão de projetos. A engenharia clínica é solução para a medicina moderna, se beneficiando da gestão de projetos em exigências como:
- A automatização de um setor;
- Descrição de modelo de gestão;
- Introdução de unidades hospitalares.
A prática da engenharia clínica possui, na gestão de projetos, seu aliado e suporte mais seguro para garantir o sucesso e a eficiência da medicina diagnóstica e assistencial.
Como faço para adquirir o livro.
Olá Douglas, obrigado pelo seu contato.
Trata-se de um artigo, ficamos felizes que tenha gostado.
Publicamos novos conteúdos em nossas mídia toda semana, espero que possa nos acompanhar.
Trata se de um livro´completo que está a venda, ou é só o material do site? Se for um livro, como faço para adquirir?
Olá Leonardo, obrigado pelo seu contato.
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